Manaus | Fomos conhecer o Sauim-de-Manaus no Parque do Mindu

Um ótimo e relaxante atrativo turístico em Manaus, é o Parque do Mindu. Este juntamente ao Bosque da Ciência formam a dupla que permitem a nós visitantes e moradores um contato mais aproximado com a fauna e a flora amazonense.

O Parque do Mindu possui 40,8 hectares de extensão e é administrado pela Prefeitura. Foi criado em 1989 com fins de lazer, pesquisas e preservação ambiental, em especial, a preservação do pequeno macaquinho Sauim-de-Coleira, ou Sauim-de-Manaus como é mais conhecido. Isso porque é somente em Manaus e nas cidades vizinhas que se encontra essa espécie de macaco.

No Parque do Mindu, é possível ver uma grande variedade de árvores e palmeiras utilizadas para a produção de alimentos, remédios, cosméticos e temperos; bem como uma infinidade de animais selvagens de pequeno porte, tais como a cotia, a preguiça, o tamanduá, o jacaré, e dezenas de aves.

Foi na intenção de relaxar, de ouvir o cantar dos pássaros, de ver espécies vegetais e animais nunca vistas dantes, a exemplo do Pau-brasil e do Sauim-de-Manaus, enfim, contemplar a natureza em sua totalidade, que numa quinta-feira fomos ao Parque do Mindu, cuja visita conto para vocês agora.

Entrada do Parque do Mindu

A VISITA

No Parque encontramos, além do Sauim-de-Coleira e de outros animais e plantas, uma boa estrutura de recepção, como: uma portaria com informações, uma espécie de lanchonete chamada de Chapéu de Palha, uma biblioteca, um anfiteatro, trilhas de chão e trilhas suspensas (o passeio nestas trilhas é chamado de arvorismo), loja de souvenires, banheiros, playground e estacionamento.

Ao fundo, Chapéu de Palha

Uma análise mais profunda...

Ele é mansinho, nem morde!

Um ótimo lugar para ler!

Árvores são o que não faltam!

Esse jacaré também é bem mansinho

Um segura a boca e o outro, os olhos

A pequena grande casa!

Um pouco de diversão!

Só tem bichinho manso nesse Parque!

Já na portaria, um senhor bem receptivo e conhecedor e aficcionado pelas ideias do Eldorado (uma lenda contada pelos índios sobre o hábito de passar ouro em pó no corpo), nos recepcionou e depois de umas boas conversas nos entregou um livreto com muitas informações sobre o Parque. O livreto é cortesia do Parque.

Amplo estacionamento no Parque do Mindu

Passeio urbanizado até as trilhas

Passamos pelo estacionamento e seguimos num passeio urbanizado até as trilhas. Começamos pelas Trilhas de Chão e Interpretativas, onde pudemos conhecer as principais espécies frutíferas da Amazônia, como o Cupuaçu, a Castanha do Brasil e o Araçá-boi. Por aqui também vimos pela primeira vez a árvore Pau-brasil, símbolo de nosso país e que foi muito comentada nos estudos de história e geografia durante minha infância e adolescência na escola.

Trilha de Chão e Interpretativa, rumo ao Bosque das Frutíferas

Uma pausa na trilha de chão

Pau-brasil, árvore que deu nome ao nosso país

Ao final da trilha encontramos uma placa que sinaliza o Orquidário. Trata-se de um espaço onde são cultivados diversas orquídeas e bromélias típicas da Amazônia.

Placa indicativa e o Orquidário

Seguimos por uma trilha um pouco íngreme, onde a descida é feita em degraus. Nos deparamos com diversas placas de sinalização, mas danificadas. Algumas estavam numa situação que impedia totalmente descobrir em qual atrativo do Parque estávamos. Vale lembrar que a visita é feita sem guia. 

Trilha íngreme com escadas e placa de sinalização danificada

Logo, vimos as trilhas suspensas e fomos lá fazer o tal do arvorismo, que consiste em andar pelas passarelas suspensas e observar a copa das árvores. Esse passeio foi interessante à medida que pudemos ver mais de perto as árvores e ter uma visão um pouco mais alta sobre o Parque, o que nos permitiu observar alguns animais andando soltos entre a mata.

Trilha suspensa

Seguimos nesta trilha suspensa e encontramos logo abaixo de nós o Igarapé do Mindu. Foi por conta da existência desse igarapé (em Manaus há um igarapé dentro de um shopping) que o Parque ganhou o nome de Mindu, que em Tupi-Português, significa mastigado ou mordido. Esse igarapé é o mais extenso da cidade e circunda parcialmente o Parque.

Neste igarapé já é praticamente o final da parte visitável do Parque do Mindu, embora este se estenda a mais hectares à frente. Outra observação, é que aqui parece estar um pouco mais abandonado. O ambiente exala odores desagradáveis devido à grande e visível poluição do Igarapé. As águas são escuras e meio acinzentadas e há uma considerável quantidade de lixo nas margens e boiando na água.

Neste local, é necessário um cuidado pessoal especial, porque além dos problemas da poluição, ali é o habitat de jacarés. Por outro lado, nós estávamos sozinhos e se algo acontecesse, ninguém veria.

Mas além de jacarés, outros animais são avistados, a exemplo de aves, peixes, jabutis e tartarugas, que procuram os lixos e paus entulhados para um descanso ao sol.

Igarapé do Mindu

Tartarugas se equilibrando em pedaço de pau no Igarapé do Mindu

Daqui, iniciamos o percurso de regresso e, infelizmente até o momento não havíamos visto o pequenino e tricolor macaquinho ameaçado de extinção - o Sauim-de-Manaus. Mas, firmamos os olhares entre as imensas árvores e cipós (daqueles utilizados pelo Tazan) para encontrar o primata.

Da trilha suspensa, tomamos de volta a trilha de chão e aqui pudemos comprovar um detalhe importante sobre o grande ecossistema da Floresta Amazônica: o que sustenta toda essa grandiosidade e diversidade de plantas da maior floresta tropical do mundo é apenas uma fina camada de nutrientes formada pela decomposição de animais mortos, folhas e frutos. Abaixo dessa camada é somente areia branca! 

Areia que compõe o solo da Floresta Amazônica

De fato, na Floresta Amazônica tudo é muito grande e diversificado, a exemplo da enorme árvore que encontramos no Bosque da Ciência, da maior folha do mundo que vimos na Casa da Ciência; e aqui no Parque do Mindu tem-se parte dessa floresta e também encontramos folhas grandes e bambuzal que parecia não ter fim.

Ao fundo, grandes bambuzais

É pequena ou grande esta folha?

Continuamos de regresso e paramos um pouco no Anfiteatro, para tomar água e descansar à sombra. Daqui prosseguimos e eis que a poucos passos encontramos aquele que desejávamos ver: o Sauim-de-Coleira. Vimos um, dois, e de repente a família inteira que pulavam rapidamente de galho em galho.

Em meio à Floresta Amazônica, o palco do Anfiteatro do Parque do Mindu

Plateia superior do Anfiteatro que tem capacidade para 600 pessoas

Sauim-de-Manaus, primata encontrado somente em Manaus e adjacências

LOCALIZAÇÃO E COMO CHEGAR AO PARQUE DO MINDU

O Parque Municipal do Mindu está localizado no bairro Parque Dez de Novembro, em frente à Bola do Mindu (Em Manaus a Rotária é chamada de Bola). O endereço é:
> Avenida Perimetral, bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul de Manaus.

É possível chegar ao Parque através de táxi e ônibus coletivo. As linhas de ônibus que passam nas proximidades, são: 
002, 351, 402, 422, 423,427,442. 
Estas linhas podem sofrer alterações, por isso, pergunte antes ao motorista.

DIAS E HORÁRIOS DE VISITA

De terça-feira a domingo das 8h às 17h.
Você pode entrar e passar o dia inteiro no Parque.

Entrada Gratuita para todos.

UMA DICA BACANA

No Chapéu de Palha do Parque acontece durante os sábados, domingos e feriados o Café Regional, onde você paga para tomar um café com frutas típicas da região e comidas da culinária indígena, além de doces, geleias e sucos.

Então a dica é que você vá ao Parque nesses dias e participe do Café Regional e aproveite o restante da manhã para passear pelo Parque.

Mas atente para dois fatos:
1° Os sábados, domingos e feriados são os dias mais frequentados por visitantes e moradores.
2° O Café Regional aqui e acolá é suspenso pois depende de processo licitatório para funcionamento.

Obtenha informações sobre o Café e o Parque pelo telefone 
(92) 3236-7702 ou pelo facebook

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